O Fim da Censura: Um Caos Moral Anunciado e Agravado (2016-2025)
Em minha postagem de maio de 2016, o cerne da preocupação residia na constatação de que o fim da censura, paradoxalmente, havia escancarado uma degeneração ética preexistente na sociedade brasileira. A liberdade de expressão, em vez de elevar o debate e a cultura, parecia ter aberto as portas para uma proliferação de conteúdos com baixo teor moral, distanciando a sociedade dos princípios bíblico-cristãos.
A Constituição de 1988 representou um marco fundamental para a liberdade de expressão no Brasil, rompendo com a repressão imposta pelo regime militar e assegurando o direito de todos os cidadãos de manifestar livremente suas opiniões e ideias. Esse avanço, no entanto, trouxe à tona um debate complexo: até que ponto essa liberdade deve se estender? A preocupação com os "bons costumes" e os limites éticos da expressão individual se intensificou à medida que a sociedade se deparou com os desafios de uma mídia cada vez mais diversificada e influente.
Diante deste cenário que se desenha com contornos cada
vez mais preocupantes, faz-se necessário um chamado urgente à reflexão.
Não apenas aos cristãos, mas a toda a sociedade
brasileira, sobre o estilo de vida que estamos propagando e o legado que
estamos transmitindo às futuras gerações, os herdeiros do amanhã.
Um Chamado à Reflexão: Que Legado Deixaremos?
Que valores estamos, de fato, internalizando e
externalizando em nosso cotidiano?
Que modelos de
comportamento estamos oferecendo aos nossos filhos e netos, que moldarão o
caráter da nação que eles herdarão?
A busca desenfreada pelo prazer imediato, a exaltação do
individualismo, a relativização da ética e a normalização da violência e da
superficialidade são os pilares sobre os quais desejamos construir o futuro?
É imprescindível que cada um de nós, independentemente de
crença ou visão de mundo, examine criticamente o impacto de nossas escolhas e
de nosso consumo midiático.
A música que ouvimos, os filmes e séries que assistimos,
o conteúdo que compartilhamos nas redes sociais - tudo isso contribui para a
construção de uma cultura que, em última análise, define quem somos como
sociedade.
Para os cristãos, o chamado é ainda mais específico e
urgente.
A Palavra de Deus nos exorta a sermos sal da terra e luz
do mundo, a influenciarmos a sociedade com os valores do Reino, e não a sermos
moldados por ela.
Devemos ser agentes de transformação, buscando viver de
acordo com os princípios bíblicos e transmitindo esses princípios às próximas
gerações.
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No entanto, a reflexão proposta não se limita ao âmbito
religioso.
É um convite a todos os cidadãos para que se questionem
sobre o papel que desempenham na construção de um futuro mais justo, ético e
humano.
Que tipo de sociedade desejamos legar aos nossos
descendentes?
Uma sociedade marcada pela superficialidade, pela
violência e pela ausência de valores, ou uma sociedade alicerçada no respeito,
na compaixão, na integridade e na busca pelo bem comum?
A resposta a essa pergunta está em nossas mãos. Cada
escolha que fazemos, cada conteúdo que consumimos e compartilhamos, cada valor
que priorizamos - tudo isso molda o futuro que estamos construindo.
Que possamos, individual e coletivamente, assumir a
responsabilidade por esse legado, buscando viver de forma a inspirar e edificar
as gerações vindouras.
O futuro da nação,
e a qualidade de vida de nossos filhos e netos, dependem da reflexão e da ação
que empreendermos no presente.
Diante deste cenário que se desenha com contornos cada
vez mais preocupantes, faz-se necessário um chamado urgente à reflexão.
Não apenas aos cristãos, mas a toda a sociedade
brasileira, sobre o estilo de vida que estamos propagando e o legado que
estamos transmitindo às futuras gerações, os herdeiros do amanhã.
O Cenário em maio de 2016:
Naquele momento, já era visível uma tendência na música
secular a abordar temas como sexo explícito, violência e relações superficiais,
muitas vezes em contraste com os valores familiares e espirituais.
Filmes e novelas
exploravam enredos de infidelidade, criminalidade e estilos de vida hedonistas,
normalizando comportamentos antes considerados marginais.
A internet, embora ainda em processo de consolidação como
principal plataforma de consumo de mídia, já demonstrava um potencial tanto
para a disseminação de informação quanto para a propagação de conteúdos
controversos.
O Cenário Atual (maio de 2025): Uma Tempestade Perfeita
de Influências Negativas
Nove anos depois, o cenário midiático evoluiu
drasticamente, e a influência negativa da música, dos filmes e das novelas
parece ter se intensificado de maneiras alarmantes:
- Música:
A música popular brasileira e internacional se tornou ainda mais explícita
em suas letras, abordando temas sexuais de forma crua e direta,
objetificando mulheres e banalizando o sexo casual.
A apologia ao uso de drogas e
à violência urbana se tornou um tema recorrente em alguns gêneros,
influenciando principalmente jovens e adolescentes.
A "hipócrita versão do amor
fraternal" que você mencionava em 2016 parece ter dado lugar a letras que
exaltam a traição, o desinteresse e a superficialidade nas relações.
A influência do funk e de
outros gêneros urbanos, com suas letras muitas vezes vulgares e com ritmos que
priorizam a sensualidade exacerbada, se consolidou como uma força cultural
dominante, moldando comportamentos e valores, especialmente entre os mais jovens.
- Filmes
e Séries: As plataformas de streaming democratizaram o acesso a uma vasta
gama de produções audiovisuais, mas também intensificaram a exposição a
conteúdos com forte carga de violência, erotismo e relativismo moral.
Séries e filmes frequentemente glorificam
anti-heróis com condutas questionáveis, normalizam a infidelidade e apresentam
estilos de vida consumistas e individualistas como modelos a serem seguidos.
A ausência de filtros morais
claros em muitas dessas produções pode levar a uma dessensibilização em relação
a temas como violência, corrupção e desrespeito.
A representação da família tradicional e dos
valores cristãos é frequentemente caricaturizada ou marginalizada, enquanto
modelos alternativos de relacionamento e visões de mundo seculares ganham
destaque.
- Novelas:
Embora ainda presentes na televisão aberta, as novelas também se adaptaram
a essa nova realidade, explorando temas considerados "tabus" com
cada vez menos pudor.
- A
infidelidade conjugal, os relacionamentos polêmicos, a busca desenfreada
pelo poder e pelo dinheiro, e a relativização de valores morais se
tornaram enredos comuns, influenciando a percepção do público sobre o que
é "normal" ou aceitável em termos de comportamento social e
ético.
- A representação de personagens com forte
influência religiosa muitas vezes beira o fanatismo ou a hipocrisia,
contribuindo para uma visão negativa da fé.
- Mídia
em Geral (Incluindo a Internet e Redes Sociais): A internet e as redes
sociais se consolidaram como as principais fontes de informação e
entretenimento, amplificando exponencialmente a disseminação de conteúdos
de todos os tipos, inclusive aqueles com potencial de influenciar
negativamente a moral.
A falta de curadoria e a
viralização de vídeos, músicas e memes com teor ofensivo, pornográfico ou que
incitam à violência contribuem para a formação de uma cultura digital cada vez
mais permissiva e, para muitos, moralmente caótica.
A polarização ideológica e a
disseminação de notícias falsas também contribuem para a fragmentação dos
valores e para a dificuldade de se estabelecer um senso comum moral.
A Profunda Influência Negativa:
Como falava em 2016, essa exposição constante e cada vez
mais intensa a conteúdos moralmente questionáveis tem exercido uma influência
nefasta na sociedade brasileira:
- Normalização
do Comportamento Imoral: O que antes era considerado exceção ou desvio
passa a ser visto como comum e até desejável, especialmente entre os
jovens que estão formando seus valores e identidades.
Essa falta de moralidade
contribui para moldar o caráter dos jovens, que acabam achando que "podem
tudo", e os incita a acreditar que o prazer vem antes da responsabilidade,
levando-os a agir impulsivamente e só depois considerar as consequências.
Esse comportamento se
manifesta em diversas situações, como no trânsito, nos negócios, na forma de
tratar os mais velhos e os professores, entre outras.
- Dessensibilização
à Violência e à Exploração: A exposição constante a cenas de violência e
exploração sexual pode levar a uma diminuição da empatia e a uma aceitação
tácita dessas realidades.
- Relativização
dos Valores Morais: A ausência de padrões morais claros e a constante
apresentação de diferentes "verdades" podem levar a uma
relativização ética perigosa, onde "tudo é válido" e não existem
princípios universais a serem seguidos.
- Distanciamento
dos Valores Cristãos: A constante contraposição entre os valores
propagados pela mídia e os ensinamentos bíblico-cristãos pode levar a um
afastamento da fé e a uma dificuldade em viver de acordo com os princípios
do Evangelho.
- Crise
de Identidade e Ansiedade: A exposição a múltiplos modelos de
comportamento e a um ambiente moralmente fluido pode gerar confusão e
ansiedade, especialmente entre aqueles que buscam um sentido e um
propósito para suas vidas.
Conclusão: Um Cenário que Clama por Reflexão e Ação
Nove anos após a reflexão inicial, o cenário que eu
vislumbrava como uma possibilidade parece ter se concretizado de forma
preocupante.
A tão almejada liberdade de expressão, desacompanhada de
um senso de responsabilidade e de um compromisso com valores éticos sólidos,
abriu caminho para uma influência midiática que, em muitos aspectos, contribui
para a erosão da moralidade na sociedade brasileira.
A urgência de um
retorno à "essência" que apontava em 2016 se torna ainda mais
premente em 2025, clamando por uma reflexão profunda sobre o papel da mídia e a
necessidade de resgatarmos e fortalecermos os valores que verdadeiramente
edificam uma sociedade justa e íntegra.
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